segunda-feira, 9 de maio de 2011

"(...) Entre bombas e socos, pontapés nas trombas(...)"

Considerava-se simplesmente Louca. As ideias surgiam-lhe através de emoções; experiências vividas e sentidas por ela mesma. Não era uma vontade grande, mas sim uma vontade incontrolável de escrever. Algo que fluía sem que ela conseguisse dar por si. Por vezes o esforço era grande, outras vezes não tinha se quer que pensar. Hoje por exemplo, ela sentia que grande parte da sua, pouca ou muita experiência, não fazia sentido algum. Era como se a porta da casa estivesse entreaberta; as persianas fechadas; a luz da lua fosse a sua única companhia junto do palrar dos pássaros. Ela perdera as chaves, mas sabia como entrar. Eu sei… não faz sentido algum estar parada em frente da casa, tendo vontade e curiosidade por entrar e ainda mais sabendo que a porta está aberta. O medo assombrou-lhe os movimentos; a exaustão já não fazia sentido e ela não avançava, simplesmente deixava-se recuar mais uns metros para longe da casa. Era assim que ela se sentia naquele momento: impotente; incapacitada, do que quer que fosse...

A sua mente divagava cada vez que a vontade de escrever era maior. Não era louca, pois vivia a vida perfeitamente normal, comum a tantas outras e diferente por ser ela mesma. Havia momentos que ela necessitava de alguém, de um simples abraço, de um simples aconchego; nessas mesmas alturas, ela sentia-se uma menina pequenina ansiando para que o pai chegasse a casa e brincasse com ela. Havia algo na alma daquela rapariga, cujo ela não conseguia controlar. Esse algo era uma ferida enorme, nunca sarada. Algo que uma simples acção de um adulto criara e que acções de outros, desenvolvessem a sua infecção. Onde ate mesmo as suas próprias a afectassem.

Continuava a sentir-se triste ao fim de tantos anos, de tantos meses… Não era normal, mas as suas tendências dramáticas causavam esse impacto nela.

Ainda estava a criar a sua própria fortaleza, mas para isso tinha que se afastar primeiro dos ataques para depois a fortaleza estar completa, e ela não conseguia isso. Simplesmente nem o destino, nem ninguém a deixava decidir. Havia sempre algo que decidia por ela, mas era sempre ela que exercia as consequências. Sentia-se mais velha do que aparentava, mas agia como se fosse uma criança sem metade das experiências que ela tem.

Essa era uma rapariga que até, hà nem muito tempo, era uma rapariga fraca, boa rapariga, mas nunca deixando de ser fraca…

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