sábado, 20 de março de 2010

I dont believe... ):

*“And you can't fight the tears that ain't coming (…) yeah, you bleed just to know you're alive” – Iris Goo Goo Dolls

Sentia-me derrotada, de novo… A vida tinha vencido, derrotando-me numa só jogada. Estava completamente sozinha na posição de perdedora, era a única…
Todos se encontravam do outro lado da barreira, como igualmente, vencedores. Sorriam e passavam por mim, a uma velocidade constante enquanto eu parava, sorria fingidamente e fazia esforço, não completamente o necessário, mas algo que já não me desgastava. Que já não me empurrava para a frente, só disfarçava, só mentia socialmente.
Intenções, não agradáveis, se dirigiam a mim de terceiros e eu fugia. Não como uma lebre foge de qualquer que seja o seu predador, mas como um gato que finge ter medo e esquece que tem unhas para enfrentar toda uma serie destes mesmos.
Já cansada de fingir, de estudar o meio que me rodeava, escondi-me. Ergui forças para fugir da realidade, aumentei o meu disfarce e esqueci onde estava. Tornando assim, por designar-me uma perdedora; uma triste, única e solitária perdedora de um só jogo.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Nightmare

Já não havia rasto do sol, as estrelas amontoavam-se lentamente e completavam a luz da lua que agora estava cheia.
Enchi os pulmões com o doce ar daquela noite. Recordei-te.
As lágrimas tornavam a ameaçar-me com a sua presença, enquanto no meu rosto de formavam pequenas rugas de expressão, de dor e de saudade.
Tornei a inspirar e expirar com cada vez mais força até sentir o peito doer de tal maneira que sentia o sangue quente a percorrer as mãos e os braços até consumir-me a garganta.
Admirei o céu de um azul-escuro que mal se diferenciava do preto; revi cada estrela, espreitei a lua e desci de novo até sentir-me estatelada no chão. Estava tão embrenhada nos meus pensamentos, nas minhas memórias e nos sentimentos que nunca foram verdadeiramente reais que nem me apercebera até aquele exacto momento, que nunca tinha saído do chão para espreitar a lua e que nunca tinha observado de perto cada estrela e que nunca tinha perturbado aquela pequena e amarga noite de pensamentos e memórias que nunca existiram.
Deixei-me ficar no chão. Deitei-me de barriga para baixo deixando as lágrimas consumirem-me verdadeiramente enquanto o buraco que nunca sarara se fazia sentir. A dor piorara, sentira-a mais forte, mais forte que eu mesma.
E quando já me sentia sem forças para lutar contra, juntei-me a ela, sofrendo, abusando dela com todas as minhas força para deixar tudo aquilo que me consumia naquele curto espaço de tempo e de memórias.
“ Por mim bem que ficava por ali a vida inteira, mas sou um animal como os outros (…)” Pedro Paixão – cala a minha boca com a tua.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Everything show up

Esperei pelo dia, esperei horas, noites, mas aquele dia continuava sem chegar. A respiração prendia lenta e furtivamente cada vez que pensava no assunto. A falta de ar era tanta que chegava ao ponto de ter de abrir as janelas e respirar em frente a uma, para me acalmar. Senti a pele a arrepiar, o pulsar do coração nos ouvidos e o momento a chegar. Não conseguia perceber o porquê, os motivos a que me levaram àquele momento, mas eu continuava ali, a assumir as consequências dos meus actos. Não me movi, não duvidei, mas encarei de frente o facto de ter ali ele. Um completo estranho que no fundo me fazia feliz.

terça-feira, 2 de março de 2010

Ferida

Continuava a senti-la a perscrutar cada milímetro do meu peito, a irromper cada fracção de segundo com uma dor. Há meses que a sentia adormecida, apaziguada, constantemente dilacerada. Mas ela continuava ali, a abrir, a infectar a cada minuto que a tentava esquecer. Não era um sonho, não era um pesadelo, não era uma simples dor e muito menos uma simples ferida, nada fácil de curar. Sentia as lágrimas a queimar-me, a consumir-me e a enfraquecer-me. Estava tudo completamente errado. Sentia-me ferida, perdida e de novo, esquecida.