quinta-feira, 28 de maio de 2009


Este medo… Está a dar cabo de mim, está-me a matar...está a desfazer-me em pequenos pedaços de vidro fragmentados e sem concerto.
Tantos medos me rodeiam, me atormentam e me magoam á noite. Neste momento a cama está vazia, o quarto sem oxigénio e as lágrimas consomem a pele do meu rosto e morrem nos meus lábios. Quero gritar, dizer ao mundo quantas saudades tenho tuas e o quanto te amo. Os nossos sorrisos que num outro tempo foram muitos não passam agora de pequenas lágrimas gravadas no meu rosto e grandes marcas na minha memória. Apoiaste-me quando não devias, deixaste-me quando não devias e eu matei-te quando nunca o deveria ter feito. A falta de ar é tanta que já não suporto tentar fingir que há ar e que nunca deixei de sentir falta deste. O meu coração bate lentamente, o meu rosto inunda-se de pequenas gotas de água salgada e a minha memória é invadida por pequenos sorrisos e por sensações de bem-estar que eu nunca esquecerei. Espero um dia voltar sentir o oxigénio que me rodeia e que nunca mais o encontrei.

sábado, 16 de maio de 2009

Dead...

As pernas dela tremiam enquanto os seus braços fraquejavam, apetecia-me gritar, dizer-lhe o quanto aquilo lhe fazia mal, mas não conseguia. A ansiedade deixa-me cansada e com a cabeça a latejar…foi tão fácil…tão simples...Pobre rapariga…
“ Oiço as vozes na minha cabeça, mas continuo: pego num cigarro; acendo-o e começo a inalar o fumo desagradável que me fazia ficar cheia de tonturas e comecei a tremer (de novo).
Olhei ao meu redor, não vi ninguém. Estava completamente sozinha, a querer tentar descontrair, mas aquele fumo fazia-me ficar tonta e cheia de vontade de dormir. Eu sabia, alias, eu sentia que não desejava aquele cigarro e nem me satisfazia estar a inalar aquele fumo que dava cabo do meu pulmão (ainda saudável), mas continuava a fazê-lo. Dei umas quantas passas até ao cigarro estar a ficar pequeno, mas, a esta hora, eu não passava de uma rapariga a querer a matar-se aos poucos… No fim de ter fumado o cigarro, apaguei-o. As tonturas estavam agora, a consumir-me. Sentei-me no chão á espera que elas passassem, mas nada… As tonturas massacravam-me cada vez mais e mais sem dar tempo para eu me aperceber se ainda respirava. Conseguia ouvir um som de uma respiração ofegante, mas não distinguia se era minha ou se estava ali mais alguém. Voltei a olhar ao meu redor, não vi ninguém, era apenas eu que estava ali, com a caixa de cigarros numa mão e com o isqueiro noutra. Oiço o meu coração a bater, a bater, a bater incessantemente como se fosse explodir a qualquer momento. Uma dor invade-me o peito fazendo-me sentir com falta de ar. Em estado de pânico largo a caixa dos cigarros e o isqueiro deixando-os cair no chão sem me importar. Agarro-me á caixa torácica com força e tento acalmar-me.
“Não está a resultar…não está a resulta!” – Repito vezes sem conta a mim mesma. “
Ao fim de alguns dias sou alertada com a notícia de que a rapariga que eu vi a fumar tinha tido um ataque cardíaco e quando deram com ela no último andar do seu prédio, ela não passava já de uma rapariga morta.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

the dreams

Estava invulgarmente irritada e ao mesmo tempo confortável com a ideia de poder ficar em casa sem ninguém, poder reflectir e chorar á vontade, sem medo que me apanhassem. Enfrentei o computador e fui ver se o DVD que a minha amiga me tinha gravado estava em condições, enquanto o meu tio se preparava para se ir embora. Ao fim de este ter saído desliguei o computador e fui directa ao quarto, liguei a televisão na MTV na esperança de dar o programa sobre a vida dos famosos, para vir a saber algo sobre o meu actor preferido, mas não estava. Peguei no livro Eclipse, e fui acabar de o ler. Sabia que o estava a ler pela segunda vez, mas mesmo assim não me importava, era a única maneira de poder fugir daquele maldito sentimento que me sugava o descanso devido àquele terrível tédio que me consome a cada dia que passa. Não tinha paciência para escrever, mas tinha paciência para ler algo relacionado com uma história de amor, impossível, mas que dera certo. Fitei a janela e sentia o sol a queimar-me os olhos. Os dias de calor tinham a sua vantagem, mas punham-me mal disposta. Pessoalmente gostava mais dos dias cinzentos, em que no qual não chovia nem fazia sol e poderia nesses dias vir a estar um calor abafado. Realmente esses dias faziam-me lembrar o como me sinto por dentro: vazia.
Continuei a folhear o livro e a reparar em cada detalhe do livro, fazendo-me envolver cada vez mais neste. De repente, sem me aperceber até então, já era de noite. Sinto o meu coração a acelerar e o meu sistema nervoso começa a exaltar-se.
“Está na hora…” – Pensei.
Começava a preparar-me para enfrentar outra vez a sala escura, grande e redonda sozinha. Bem, na realidade começava a preparar-me para chorar sozinha na sala grande, redonda e escura e quando acordar sentir cada lágrima seca no meu rosto.
Era assim todas as noites e desde então, sempre que a noite se aproxima o medo e a ansiedade invade-me o corpo.