quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Silencio/Solidão

O silencio… Como era impossível de o descrever, impossível de o deter em mim própria, também. Quando ele me invadia eu sussurrava palavras carregadas de sofrimento a mim própria e quando a solidão o prescrevia a tua imagem surgia entre tantas outras recordações.
Quando a voz de alguém se sobrepunha a todas as recordações eu gritava, gemia, indagava para dentro sem nunca deixar-me ouvir ninguém. Tinha o talento nato de me abstrair, de me isolar perante situações a que no qual eu não quereria ouvir, enfrentar, (…)
Sentir-me sozinha não era propriamente o que eu queria, eu queria algo mais, algo impossível. Queria ter sucesso no que faço, destacar-me em cada situação a que realmente eu sou dedicada, queria ter-te… Mas na vida quem tudo quer (nada tem!), e isso é uma verdade pura acabada de ser idealizada por mim. Quando penso no tema solidão o primeiro facto que me ocorre é simplesmente não ter ninguém. Mas raramente é esse o facto que predomina em mim. Quando a solidão irrompe todo o meu ser eu sinto-me desafortunada quanto ao amor, é o sentir a imaginação a trabalhar quando não se tem que pensar em alguém ou em apoiar quem quer que seja. Para mim o silêncio é a causa da solidão e a consequência desta não é nada mais, nada menos que a imaginação (a tão chamada “maluquice” e anormal).
Antes de mais uma pequena observação que aprendi no curso em que me encontro: O conceito de normal cada um o define para si mesmo, seja quais forem os princípios que cada sujeito impõe sobre este conceito.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Natal 2009

Não sei porque comecei a escrever aqui. Tudo aqui escrevo não passa de medos, de pequenas ternuras e de pequenas ansiedades em nunca revelar isto a quem mais me magoa… Tudo o que aprendi neste Natal de 2010 foi a valorizar os pequenos momentos em que no qual mais bem nos fazem. Aprendi que o Natal pode ser Natal sem interesseiríssimo, hipocrisia e cinismo. Compreendi que aprender faz parte da vida; que ser magoado é aprender… Pelo menos para mim… Não voltarei a cometer certos erros que me magoam e que continuei a cometer. Não consigo repetir, voltar á mesma roda constante de erros. Os sentimentos aparecem quando menos se espera, e as emoções então… As emoções são as que mais nos fazem cometer os erros e seguir em direcção aos sentimentos.
Neste mar, embrenhado de erros, mentiras, hipocrisias eu encontro-me; eu destaco-me! Por simplesmente ser diferente: não fecho os olhos ao passado e não deixo os erros voltarem ao presente. Não me escondo, não fujo e muito menos finjo que nunca aconteceu! Sou verdadeira, - posso até ignorar erros que já foram falados e discutidos, mas nunca os esqueço! – Sou simplesmente frágil e magoo-me facilmente por isso que evito discussões, erros… ausento-me fácilmente desta sociedade por ser tão frágil… será isso completamente errado?
Digam-me, porque realmente eu não sei… Mas estou tão farta, tão cansada de ser magoada e de magoar quando realmente quero ser feliz… Tão cansada! Tão farta de lutar por pessoas que nunca mereceram ou mereceriam o mínimo de mim!
Já me sinto exausta pelo Natal que veio, pelos dias que virão, pelas pessoas que irão de vir, pela de mais hipocrisia, pelo cinismo, mentiras, saudades e lágrimas que terão que vir…

I feel me sick

As vozes da multidão arrastam todos os meus pensamentos enquanto tudo o que quero, tudo o que desejo não é nada mais do que a minha felicidade, contigo... Junto-me á multidão e toda a felicidade que imaginava estar a seguir é invadida pela escuridão horrenda que me persegue. Deparo-me contigo, ao meu lado. Nada... Absolutamente nada... Nada acontece... Sigo o seu olhar por momentos e sinto-o vazio. O gelo a rodeia o meu coração enquanto a dor se depara nos pulsos e nas pernas... Julguei por momentos que o seu olhar nunca se tinha cruzado com o meu... os joelhos começaram a tremer com o esforço enquanto o coração era envolvido com tal brutalidade pelo gelo que eu não consegui aguentar... deixei-me levar pela força do vento que me envolvia e me atingia fugazmente quando me deparo no chão, debruçada sobre o peito e respirando com dificuldade, outras dores me atingiam mas eu não as sentia devido ao facto do peito doer tanto ao ponto de não conseguir respirar... Seus olhos movimentaram-se para seguir o trajecto das minhas lágrimas enquanto o seu corpo parou de se mover. Seu rosto estava impecavelmente desagradado com a situação e os seus lábios perfeitamente delineados comprimiam-se. Senti as suas mãos a moverem-se na minha direcção mas o facto de a sua beleza ser tão admirável deixei-me ser transportada pelo seu enorme corpo enquanto os meus olhos memorizavam cada pormenor seu (...)