quarta-feira, 17 de novembro de 2010

História ;P



Quando olho para o passado e tento ver as marcas deixadas no presente, eu sinto-me a jogar pela minha sobrevivência. Não que seja algo que eu considere totalmente mau, porque é pelas feridas/ou com as feridas, que tu aprendes. Quero deixar de ser vitima ou de me considerar vitima da "nossa história". Não foste tu que me deixas-te, não foste tu que desiludiste-me primeiro, fui só eu que ajudei a festa desde o primeiro dia que começámos a jogar juntos para vencer. Mas ambos perde-mos; pois a nossa jogada foi a do carangueijo, que recua sempre que avança. Fora por isso que perdemos. Que eu perdi. Não foi por teres sido tu a deixar-me e a voltar vezes sem conta; não foi por causa de ti. Mas sim porque teimava em te oferecer injecções de afecto que tu usavas para alimentar o teu pobre ego. Eu sabia que os teus regressos serviam simplesmente para marcares um território onde, quando partias alimentavas a ausência, o vazio dentro do meu peito. E eu no fundo, bem lá no fundo eu sei que não havia amor. Não da tua parte.
O processo de voltar a ganhar o orgulho depois de perder um jogo de elevada importância, para mim, foi doloroso. No inicio o ar que eu inalava era aterradoramente pesado, mal aguentava com ele no peito. Assim que o dia se tornava claro e a esperança me arrebatava a doce ternura de ser amparada por outros braços tornava numa jogadora nata e impiedosa. Nessa altura, mas só unica e exclusivamente nessas alturas, o meu coração enchia-se como uma onda por ter alguém que quando me consumia, a sua pele, o seu toque e até mesmo a sua personalidade, me relembrava a 100% tu. Sendo justo ou não; sendo batota ou não, era assim que eu me sentia bem a jogar.
Quando comecei a escrever o que aqui se encontra, começara por uma jogada falsa, por um género de confissão. Depois passara para um simples lamento ou um simples convencimento de derrota. Mas finalmente acabou numa confissão; num sossego para a minha alma. Já não dói nem metade do que doía. Sei que a alma ainda está em carne viva, mas o meu coração já está cozido; não curado mas remendado para poder abrir outros pequenos buracos. Sei que isto serve apenas para te esquecer, ou provávelmente, para me relembrar do maior erro num jogo: a sinceridade e a aposta de um único coração. Sei que agora eu vou conseguir viver, não porque se passaram três meses desde que fui vencida e que o jogo terminou; mas porque me envolvi noutros jogos onde nem perco nem ganho.. onde simplesmente o impate é garantido!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Farol :)



Tornei a lá voltar. Parecia anestesiada, nada eu conseguia sentir a não ser o amargo golpe no peito que me derruba cada vez que penso no passado. A doce sede de vingança matava-me aos poucos; a tua mente invadiu-me e eu nao parei de falar de ti. As tuas palavras, o teu olhar, a tua maneira de ser, tudo o que odiava e o que gostava em ti apareceu e desapareceu de um momento para o outro. "Sonha, Ana! Sonha acordada, a dormir, em pé ou deitada; descalsa ou calçada; sosinha ou acompanhada!Tu não páras! Vais sofrer!"

Frio...


Era agora que eu dizia-te o quanto me magoaste; era por agora que eu deixava-te fora dos meus pensamentos e ficava sosinha!
Ontem tu foste alguém para mim, hoje tu és simplesmente o meu passado e espero que amanhã não sofra pelo que ainda hoje eu sinto.... Juro que dava um pouco de mim para deixar de sentir-te dentro da minha cabeça mas quando alguém tem um gesto que se identifique ao teu, eu recordo-te e sinto os olhos a inchar de sofrimento. A desilusão acompanha-me, torna-me numa pessoa diferente e aos poucos numa pessoa amarga.
Odeio quando as recordações são invadidas pelo sentimento, quando tu me invades a mente eu passo a odiar-me por não te esquecer e por voltar a sonhar...
Numa escura e curta noite, eu sonhei que tudo voltava ao mesmo. Acordei com a nostalgia de que tu desaparecias da minha mente, mas nesse dia tu insitiste em manter-te vivo, enquanto a droga ajudava a manter-te ao meu lado o tempo todo. A imaginação soltou-se e eu continuei agarrada a uma recordação que me desgastava mais do que qualquer esfoço fisico. Sinto-me um dos piores parasitas que esta terra não consegue controlar; prometo não significar nada, mas continuo a morrer cada segundo que passa. Segundo o teu olhar, eu manter-me-ia viva para sempre mas agora estou mais morta do que nuna, gelada, fria...já nao sinto absolutamente nada.