quinta-feira, 11 de março de 2010

Nightmare

Já não havia rasto do sol, as estrelas amontoavam-se lentamente e completavam a luz da lua que agora estava cheia.
Enchi os pulmões com o doce ar daquela noite. Recordei-te.
As lágrimas tornavam a ameaçar-me com a sua presença, enquanto no meu rosto de formavam pequenas rugas de expressão, de dor e de saudade.
Tornei a inspirar e expirar com cada vez mais força até sentir o peito doer de tal maneira que sentia o sangue quente a percorrer as mãos e os braços até consumir-me a garganta.
Admirei o céu de um azul-escuro que mal se diferenciava do preto; revi cada estrela, espreitei a lua e desci de novo até sentir-me estatelada no chão. Estava tão embrenhada nos meus pensamentos, nas minhas memórias e nos sentimentos que nunca foram verdadeiramente reais que nem me apercebera até aquele exacto momento, que nunca tinha saído do chão para espreitar a lua e que nunca tinha observado de perto cada estrela e que nunca tinha perturbado aquela pequena e amarga noite de pensamentos e memórias que nunca existiram.
Deixei-me ficar no chão. Deitei-me de barriga para baixo deixando as lágrimas consumirem-me verdadeiramente enquanto o buraco que nunca sarara se fazia sentir. A dor piorara, sentira-a mais forte, mais forte que eu mesma.
E quando já me sentia sem forças para lutar contra, juntei-me a ela, sofrendo, abusando dela com todas as minhas força para deixar tudo aquilo que me consumia naquele curto espaço de tempo e de memórias.
“ Por mim bem que ficava por ali a vida inteira, mas sou um animal como os outros (…)” Pedro Paixão – cala a minha boca com a tua.

1 comentário:

Anónimo disse...

Escreves mesmo bem, sis. :3
LOVE YOU, always. :)